Planejamento financeiro: Como equilibrar as contas
Com o fim do ano próximo, muitas pessoas começam a fazer o planejamento para o recebimento do tão aguardado 13º salário.
Com o fim do ano próximo, muitas pessoas começam a fazer o planejamento para o recebimento do tão aguardado 13º salário.
Chegou a época do ano em que somos bombardeados de promoções e levados a consumir aquilo que precisamos, e aquilo que definitivamente não precisamos. Black Friday, Natal, Ano Novo e as férias são momentos de festividades com promoções que prometem ser imperdíveis. Os anúncios promocionais com o “espírito de compra” estão por todos os lados, o que torna um pouco difícil a tarefa de não dar ao menos uma “olhadinha” em algum produto, e isto não é um problema desde que, o seu consumo esteja sendo consciente. Este período traz promoções sedutoras e em muitos casos, a compra é feita por impulso e não por necessidade ou real vontade. De fato, promoções são muito bem-vindas e podem ser muito vantajosas. Mas é necessário um cuidado ao ver oportunidades de primeira que são de brilhar os olhos, mas que no fim, vão trazer uma possível dor de cabeça. De acordo com um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), foi levantado que seis a cada dez consumidores aproveitam essas ofertas para comprar por impulso. Devido à pandemia, o Brasil e o mundo passaram por grandes crises de emprego e econômicas, mas nem isso foi suficiente para fazer com que algumas pessoas, em especial as que têm dívidas ou estão com o orçamento no limite, evitassem fazer compras nas datas mais relevantes do calendário para o comércio. Sendo assim, não causa surpresa, os dados de um segundo estudo realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com a Offer Wise Soluções em Pesquisa, que afirma que o Natal deve movimentar R$38 bilhões na economia do país. Vamos lembrar que estamos vivendo um momento singular, portanto, ter responsabilidade financeira é imprescindível diante de um futuro que ainda parece tão incerto. É momento de pensarmos de forma racional, e entender que o consumo consciente precisa fazer parte da nossa cultura e do nosso dia a dia. E, se existe algo de bom nesta fase que estamos vivendo, é aprender sobre as reais necessidades e o supérfluo. Isso não quer dizer que não devemos comemorar e presentear, mas uma boa dose de parcimônia é fundamental para pisar em 2021 sem dificuldades financeiras. E para não cair em falsas promoções ou comprar impulsivamente, é importante seguir algumas dicas: Pesquise os produtos Estudando o produto que deseja em diversos lugares, é possível que consiga economizar, pois na maior parte dos casos, eles têm diferenças de preços de uma loja ou site a outro. Além disso, é importante estar atento a falsas promoções. Portanto, se já tem algo em mente que deseja comprar, pesquise tempos antes para ver se realmente vale a pena. Faça um balanço financeiro Você realmente está precisando daquilo? Vai comprometer o seu orçamento? É importante se questionar e colocar na balança suas necessidades, sua renda e se realmente é algo válido a se adquirir. Dê preferência pelas compras à vista e no débito Claro que depende da compra que se realiza, mas se for algo pequeno e que consiga pagar à vista e no débito, dê preferência. Isso porque, dessa forma, você não acumula dívidas para os próximos meses e deixa seu dinheiro livre para outras necessidades. Reflita o porquê de estar adquirindo o produto Muitas pessoas acabam comprando por impulso produtos que nem queriam, as promoções de fim de ano podem encher os olhos, mas fique atento e seja mais racional ao comprar, veja se precisa ou se realmente quer aquilo, para que não seja um gasto à toa que poderia ser utilizado em outras coisas mais relevantes. Se possível, poupe Talvez a tarefa mais difícil, ainda mais com a alta nos preços das despesas diárias e contas, mas de extrema importância, seja poupar. Poupe mesmo que seja o mínimo. Guarde R$5, R$20 ou R$100, pois esse dinheiro, mesmo que pouco, pode ser útil em uma emergência, por isso é importante ter uma reserva. Neste período mais que nunca é importante fazer uma reflexão sobre suas finanças, ainda mais em meio à crise de uma pandemia que está acontecendo. O cenário ainda não está dos mais favoráveis, portanto, toda análise da situação é importante. Dora Ramos é consultora contábil com mais de 30 anos de experiência. Empreendedora desde os 21 anos, é CEO da Fharos Contabilidade e Gestão Empresarial.
Um dos impactos da pandemia no Brasil é na economia – inclusive no desemprego. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Covid-19, a taxa de desocupação no país chegou a 13,7% na semana entre 19 e 25 de julho. Nos últimos quatro meses, cerca de 3 milhões de brasileiros perderam os seus trabalhos. Levando em conta o cenário atual, podemos adotar algumas medidas para economizar dinheiro e até mesmo conseguir uma renda extra. Assim, passaremos por este período com mais tranquilidade. A seguir, dou três dicas que costumo dar no meu curso de finanças pessoais na Udemy, o maior destino para aprendizado online do mundo, adaptadas para os tempos em que estamos vivendo. As dicas podem ser seguidas mesmo depois que a pandemia acabar! 1- Evite comprar online por impulso Quem passa grande parte do dia em frente a um computador sabe da tentação que são os anúncios que aparecem por toda parte, em qualquer site. Utensílio doméstico, pijama quentinho, notebook novo, tudo o que parece estarmos precisando neste momento em que passamos a maior parte do tempo em casa. Mas, as compras por impulso, sem planejamento, podem levar ao endividamento. Por isso, antes de fazer uma compra, é importante avaliar se ela é mesmo necessária. Outra recomendação é não parcelar as compras em vezes demais, especialmente para não pagar juros. 2- Aproveite a internet para comparar preços A internet também pode ser uma aliada. Para evitar ir a lojas físicas desnecessariamente neste momento, podemos comparar online preços de produtos que precisamos comprar, com o objetivo de pagar o menor preço. Uma ideia é fazer e manter atualizada uma lista de compras a serem feitas – assim, é mais fácil evitar adicionar itens supérfluos ao carrinho. 3- Tenha mais de uma fonte de renda Quem depende apenas de uma fonte de renda, como um emprego formal, está mais vulnerável neste momento. Criar uma fonte de renda extra pode ajudar a garantir mais segurança financeira e, ao mesmo tempo, melhorar as receitas mensais. Algumas ideias são dar aulas online, oferecer consultoria ou até mesmo transformar um hobby em negócio – ao vender artesanato ou comida, por exemplo. A pandemia impulsionou a passion economy, em que os indivíduos ganham dinheiro ao vender as próprias habilidades e o conteúdo que produzem. Rodrigo Bastos Monteiro é instrutor de finanças pessoais na Udemy. Um dos seus cursos é “Finanças pessoais + Tesouro Direto + matemática financeira”
Sempre discutido nas finanças pessoais, esse ponto se traduz nas seguintes perguntas: Como está minha reserva de emergência? Qual seria o meu comportamento se eu tivesse uma boa reserva hoje? O cenário em 2019 Em 2019, a bolsa de valores acumulou alta de 32%, graças à entrada de novos investidores, principalmente, os do tipo pessoa física, no mercado de renda variável. O grande fluxo de compradores de ações fez com que a valorização se tornasse expressiva, especialmente, no último mês do ano. A taxa de juros Selic e a inflação em patamares historicamente baixos – os menores já vistos desde o Plano Real – justificou o comportamento de fuga dos ativos seguros e a procura por produtos financeiros que pudessem render mais, mesmo se apresentassem riscos e volatilidade mais elevada. A taxa de juros e inflação não são os únicos indicadores que fazem os investidores mudarem os hábitos de investimentos, principalmente, os da modalidade pessoa física, que sofrem mais com a assimetria de informações no mercado financeiro. As pessoas também precisam ter a sensação de confiança no cenário econômico para mudar o comportamento com os investimentos, e foi isso que ocorreu em 2019. O Credit Default Swap (CDS), derivativo que protege contra possíveis calotes de dívida e que funciona como termômetro para o risco-país, fechou 2019 em 99 pontos no Brasil, 52% de queda em relação a 2018 e foi o patamar mais baixo desde 2010. Outro indicador que quantifica a confiança do consumidor brasileiro e é fruto de pesquisas realizadas pela Confederação Nacional de Dirigentes e Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apontou melhora na percepção dos consumidores brasileiros frente à economia e ao futuro de suas finanças pessoais. O indicador varia de 0 a 100 e o número foi de 47 pontos em 2019 contra 45,8 pontos em 2018. Um indicador ainda negativo, mas em patamar mais otimista. O cenário de 2020 Apesar do ano de 2020 ter começado conturbado no mercado internacional, com o ataque norte-americano via drone de precisão, a um influente general iraniano, e as especulações sobre um possível entrave em relação à comercialização do petróleo no mercado mundial, o cenário trouxe também a atenção dos investidores brasileiros aos ativos de renda variável na bolsa de valores. Este momento ainda foi marcado por mais um corte na taxa de juros Selic pelo Banco Central, fazendo com que fevereiro fechasse em 4,25, o que por sua vez, reduziu ainda mais a rentabilidade de ativos mais seguros e que não apresentam volatilidade, como a renda fixa e a poupança. O que não era quantificado pela maioria dos investidores na bolsa de valores no começo do ano, principalmente, pelos iniciantes, era a possiblidade de uma pandemia que pudesse afetar economicamente todo o mundo. A atual crise enfatizou o temor do mercado financeiro em relação à recessão global, que já era questionada por especialistas em investimentos e economistas frente a algumas projeções que alertavam contrações nas atividades econômicas mundiais. A China já vivia um momento bem delicado devido à quarentena causada pela até então, epidemia de Covid-19, quando os investidores estavam se posicionando em renda variável na tentativa de remunerar melhor o portfólio de investimentos. Atividades econômicas totalmente estagnadas na China e que refletiam nos indicadores globais – justamente pelo país possuir grande relevância na economia mundial e hoje ser considerada a segunda maior potência financeira do planeta – eram um ponto de atenção, mas não tão importantes até aparecerem os primeiros casos de Covid-19 fora da China e o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a pandemia. Naquele momento, muitos investidores já tinham ignorado a reserva de emergência, que é aquela parcela do capital de segurança, que deve ser reservada para momentos de crises ou doenças. Esse valor também precisa ser alocado com liquidez e sem risco, ou seja, investido em ativos que não apresentem volatilidade e tenham um mínimo de garantia de crédito ou pagamento e resgate imediato – ou poucos dias úteis depois de sua solicitação –. A visão de muitos investidores do tipo pessoa física sobre a bolsa de valores, acabou sendo equivocada. Na tentativa de acelerar a rentabilidade do capital, ao invés de ter uma visão de longo prazo, muitos investidores, equivocadamente, não estabeleceram uma reserva de emergência, ou até mesmo, alocaram a reserva em ativos de alta volatilidade. Isso comprometeu o recurso e acabou apresentando desvalorizações altíssimas em março deste ano, devido a toda incerteza econômica causada pela pandemia. A Reserva de Emergência Ter uma reserva de emergência é ter comprometimento com a família, com os negócios e consigo mesmo. É em uma realidade como esta que estamos vivendo, que a reserva de emergência é necessária. É nesse momento que ela deve ser utilizada com sabedoria e consciência. É em momentos de incertezas como este, que as pessoas precisam utilizar o recurso da reserva de emergência para o consumo essencial ou salvar a solvência/saúde de uma empresa ou família. Comprometer essa reserva para investimentos que não são possíveis de se ter o resgate imediato ou que apresentam riscos de perda no resgate, não é inteligente. A reserva financeira, mais uma vez se provou necessária, mesmo em momentos de taxa de juros baixa, inflação controlada e visão mais otimista de um futuro melhor – como tínhamos no fim do ano passado e começo deste ano –. Ela deve ser pensada e alocada eficientemente pelo investidor em um portfólio de investimentos inteligente e saudável com diversificação e liquidez. Rodrigo Alcântara é economista e assessor de investimentos na Atrio Investimentos. Fonte: Naves Coelho Comunicação
Comemorado no dia 4 de outubro, o “Dia do Planejamento Financeiro” é uma data que chama a atenção do público para este assunto que, se levado em prática, pode mudar completamente a vida de um indivíduo e de uma sociedade. Para complementar a data, também é comemorada a Semana Mundial do Investidor, que é promovida pela Organização Internacional das Comissões de Valores (IOSCO), que em sua terceira edição irá abordar diversos temas importantes voltados para a educação financeira. Pensando nas comemorações, a palestrante e especialista em desenvolvimento humano Rebeca Toyama, que tem entre seus clientes dezenas de planejadores financeiros, mostra como se planejar é importante, já que a cultura do brasileiro ainda não é forte em relação a este assunto. “Pouco se fala sobre finanças pessoais no ensino formal, e o resultado disso é uma população que gasta mais do que ganham mesmo já estando endividada, mas está começando a dar mais atenção ao assunto, por conta do aumento da longevidade e surgimento das novas relações de trabalho”, afirma. Gargalos do orçamento Para ter uma vida financeira equilibrada é importante ter consciência de um planejamento financeiro, fazendo planilhas de gastos para entender para onde vai a maior parte do dinheiro, as despesas fixas e, depois, como guardar ou investir da melhor forma. “Depois de entender quais são as necessidades básicas como alimentação, saúde, moradia e investimentos em educação, pensamos nos gastos variáveis, entretenimento, por exemplo, aí vamos mapear o que pode ser diminuído ou cortado, para virar investimento para garantir o futuro”, explica, Rebeca Toyama. A especialista alerta ainda que a questão do investimento deve ser sempre um segundo passo, enquanto o profissional ainda não tem as finanças em dia. “Há muita informação sobre como investir, questões que estão em alta como o tesouro direto e os aplicativos de investimento que nos bombardeiam a todo tempo, mas é preciso ter controle, reserva de emergência e, num segundo passo, montar um plano de investimento”, conta. Segundo uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes e Lojistas (CNDL) junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 67% da população brasileira não conseguem poupar parte de seus rendimentos mensais, isso revela que o hábito de guardar dinheiro não é frequente. Para muitas pessoas isso é extremamente complicado, mas o segredo para a chave do sucesso é rever seus hábitos e se disciplinar. Além disso, a ajuda de um planejador financeiro é essencial para os que precisam sair do “negativo” e para aqueles que já tem dinheiro sobrando e por falta de conhecimento, ainda guardam dinheiro na poupança. Diante disso, Rebeca Toyama aponta 3 essenciais dicas para se reeducar e mudar seu futuro: Mapear os gastos é o primeiro passo. Não basta fazer a lista de despesas básicas, mas saber principalmente onde estão os ralos no orçamento; Ficar atento, principalmente, aos gastos ocultos em aplicativos de transporte e de alimentação. Esse tem sido o motivo de descontrole de muitos orçamentos; Fazer o uso de um aplicativo de orçamento é o terceiro passo. Ali ficarão claras as despesas do mês e os custos variáveis. Esse aplicativo pode estabelecer o valor máximo de alimentação fora de casa, de orçamento para um presente ou para o lazer etc; Sobre Rebeca Toyama Rebeca Toyama é palestrante especialista em planejamento de carreira e educação financeira. Fundadora da Academia de Coaching Integrativo, coordenadora do Programa de Mentoring associada a Planejar (Associação Brasileira de Profissionais Financeiros) e fez parte da Comissão de Recursos Humanos do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).